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Saúde

Anvisa alerta para risco de perda de visão com princípio ativo do Ozempic

O alerta foi emitido pelo órgão nesta quinta (12), e enseja a mudança na bula dos medicamentos.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu alerta, nesta quinta-feira (12), sobre o risco aumentado de cegueira associado ao uso da semaglutida, princípio ativo de medicamentos como Ozempic, Rybelsus e Wegovy.

Com a medida, as bulas desses medicamentos sofrerão uma alteração, e agora arão a conter uma advertência sobre o risco muito raro de perda de visão repentina com o uso desses remédios. A condição é chamada de neuropatia óptica isquêmica anterior não arterítica (noiana).

Foto: Alef Leão/GP1Ozempic:
Ozempic:

O alerta na bula é uma exigência da Anvisa, já que os sinais exigem atenção imediata. “Caso surjam sintomas como perda repentina de visão, visão turva ou piora rápida da visão durante o tratamento com semaglutida, procure orientação médica imediatamente”, alertou o órgão regulado.

Em casos que seja confirmado o diagnóstico de noiana, o uso desses medicamentos deve ser imediatamente interrompido. Esse alerta partiu de uma análise feita pelo Comitê de Avaliação de Risco em Farmacovigilância (PRAC) da Agência Europeia de Medicamentos (EMA), que apontou que a noiana pode ser uma reação adversa à semaglutida.

No VigiMed, sistema brasileiro de notificação de efeitos adversos, foram apontadas 52 suspeitas de distúrbios oculares relacionados ao uso da substância, o que levantou a necessidade de reforço do monitoramento e comunicação rigorosa com profissionais de saúde e pacientes.

Perda visual em pacientes

Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Utah e de outros centros médicos nos Estados Unidos publicaram um estudo sobre o risco da perda de visão com o medicamento em janeiro deste ano. No levantamento foram relatados casos de perda parcial da visão após o uso de semaglutida e tirzepatida, o Monjauro, outro medicamento usado para o controle do diabetes tipo 2 e da obesidade.

Fabricante minimiza gravidade

Responsável pela produção do Ozempic, a Novo Nordisk afirmou, em nota enviada à imprensa em janeiro, que a noiana é uma condição rara, mas reconheceram o risco relativo apontado em alguns estudos.

“Embora estudos realizados pela empresa tenham mostrado um aumento aproximado do risco relativo, os riscos absolutos de pessoas afetadas são muito baixos. Isso está de acordo com a incidência anual muito baixa desse distúrbio raro. Um dos estudos encontrou que duas pessoas a cada 10 mil pacientes tratados com semaglutida por ano desenvolveram noiana, em comparação com 1 a cada 10 mil no grupo de controle, concluindo que o risco absoluto é muito baixo”, declarou a farmacêutica.

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