Nesta terça-feira (10), dois detentos classificados como de alta periculosidade desapareceram da Penitenciária de Chonchocoro, localizada em La Paz, na Bolívia. Um deles é o brasileiro Felipe Edvaldo Meneses Iglesias, também conhecido pela identidade falsa de Andrés Luis Xavier da Rocha, apontado como integrante da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
O outro fugitivo é o chileno Víctor Ramírez Valenzuela. Ambos já haviam tentado escapar anteriormente e, por isso, se encontravam em setores de contenção, sob vigilância reforçada

A fuga foi percebida quando os nomes dos dois internos não foram respondidos durante o controle de rotina da tarde. As forças de segurança ativaram protocolos de emergência, mesmo sem a oficialização da fuga pelo governo boliviano. Apenas metade do complexo foi inspecionada até o início da noite.
Felipe Meneses
Com um histórico de fugas e violência, Felipe Meneses foi condenado, em março de 2022, pelo assassinato do agricultor boliviano Wilson Ledezma. O crime foi cometido com um comparsa brasileiro durante um assalto no município de Minero. Na época, ambos foram enviados à penitenciária de Palmasola, onde ficaram presos preventivamente.
Em menos de três meses, os dois tentaram fugir, escalando os muros com cordas feitas de tecidos improvisados. Trinta horas depois, foram recapturados em Santa Cruz de la Sierra, armados com fuzis de uso . A namorada de Meneses também foi detida por suposta colaboração na fuga.
Apesar de ter sido transferido para o presídio de Chonchocoro — destinado a presos de altíssimo risco —, em janeiro de 2023, Meneses fugiu novamente.
Sob a alegação de problema de saúde, foi levado ao Hospital de Clínicas de La Paz, onde matou friamente, a tiros, o sargento Domingo Chávez Condori e feriu gravemente outro policial antes de fugir de moto.
Planejamento da fuga
Meneses tentou escapar em fevereiro de 2023, utilizando uma casa alugada nos arredores de Viacha, onde ele e outros membros da facção planejavam se esconder. Três brasileiros e um boliviano, que alugaram o imóvel e estavam fora da prisão, monitoraram os horários do hospital para facilitar a emboscada.
Uma médica do presídio forjou um laudo médico e autorizou a falsa urgência hospitalar, segundo as investigações. Presos do PCC dentro do complexo teriam intermediado a negociação.
Entre os presos após a tentativa de fuga em fevereiro de 2023, também estão os brasileiros Erick Breno Santana dos Santos, Alex Nendel dos Santos Guedes e Cedric Max Silva de Sousa.
Max já havia fugido de um presídio no Brasil em 2016. Ele revelou o esconderijo de Meneses, ajudando a polícia a recapturá-lo na ocasião.
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