O Irã emitiu neste sábado (14) um alerta severo aos governos dos Estados Unidos, Reino Unido e França: qualquer tentativa de impedir os ataques iranianos contra Israel resultará em retaliação direta das forças armadas iranianas. A informação foi divulgada pela agência de notícias estatal Mehr, em meio à escalada do conflito no Oriente Médio.
“Qualquer país que participe da repulsão dos ataques do Irã contra Israel estará sujeito a ataques das forças iranianas”, afirma o comunicado. O governo iraniano destacou ainda que qualquer intervenção será respondida com ofensivas direcionadas a bases militares, navios e embarcações navais estrangeiras localizadas no Golfo Pérsico e no Mar Vermelho.
Israel promete reação devastadora
A tensão aumentou ainda mais com as declarações do ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, e, em tom ainda mais contundente, do também ministro Israel Katz, que prometeu uma resposta feroz caso o Irã continue com os ataques. “Teerã vai queimar”, disse Katz, ao acusar o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, de colocar os cidadãos iranianos em risco ao manter o país em guerra.
“O ditador iraniano está tomando os cidadãos iranianos como reféns, criando uma realidade na qual eles, especialmente os moradores de Teerã, pagarão um alto preço pelos danos infligidos aos cidadãos israelenses”, declarou.
A fala sinaliza que o foco militar de Israel pode se deslocar da Faixa de Gaza para uma ofensiva mais agressiva contra o Irã, ainda que o conflito com o Hamas, iniciado em 7 de outubro de 2023, continue sem perspectiva de cessar-fogo.
Conflito direto entre Irã e Israel se intensifica
A atual onda de ataques teve início na quinta-feira (12), quando Israel lançou um ataque aéreo contra dezenas de alvos no território iraniano, incluindo instalações nucleares, centros de comando e residências de cientistas e oficiais militares de alto escalão. Segundo Tel Aviv, a ação teve caráter preventivo, com o objetivo de impedir que o Irã desenvolva armas nucleares.
Em resposta, o Irã lançou na sexta-feira (13) uma ofensiva em larga escala contra alvos israelenses, utilizando drones e mísseis. De acordo com o exército israelense, três civis morreram e pelo menos 80 ficaram feridos, a maioria por não ter conseguido alcançar os abrigos em tempo hábil.
As Forças de Defesa de Israel também relataram a morte de nove cientistas iranianos envolvidos no desenvolvimento de armas nucleares, afirmando que os alvos tinham "décadas de experiência" no setor.
Mortes e destruição
A TV estatal iraniana, Irib, afirmou que cerca de 60 pessoas morreram em um ataque israelense a um complexo residencial em Teerã, entre elas 20 crianças. Já o embaixador iraniano na ONU, Amir Iravani, havia informado um dia antes que pelo menos 78 pessoas foram mortas e 320 ficaram feridas em todo o país após os bombardeios israelenses.
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